Clique aqui para
assistir ao trailer do DVD
Registro do primeiro encontro entre os músicos da
Orquestra Mediterrânea
Dirigida por Carlinhos Antunes, Lívio Tragtenberg e
Magda Pucci, Orquestra Mediterrânea reúne artistas de
oito países e apresenta repertório de música popular
Nesta
noite de quarta-feira (24), a conversa pelo telefone da
reportagem do Portal SESC SP com Carlinhos Antunes foi
marcada por intervenções do outro lado da linha. Ficava
difícil identificar o que estava acontecendo. E Antunes,
delicadamente, pedia "um minuto" e repassava os
movimentos da música para o técnico ao seu lado. Daí, a
dedução: eram os músicos da Orquestra Mediterrânea em
seus últimos momentos de ensaio antes da apresentação
deste final de semana, no SESC Pinheiros, como parte da
Mostra SESC de Artes - Mediterrâneo.
Os
instrumentistas escolhidos por Carlinhos Antunes, Lívio
Tragtenberg e Magda Pucci para participar deste projeto
deveriam saber expressar musicalmente sua própria
cultura e improvisar com outros músicos que nunca
houvessem tocado antes. Os 18 artistas que se apresentam
este final de semana foram aos poucos enviando suas
composições e outras sugestões para o trio ir
preparando, aqui no Brasil, o repertório.Uma, entre as
muitas relações à distância que deu certo. "Conforme a
gente foi convidando este pessoal, fomos pedindo para
que eles fizessem sugestões de música para que a gente
pudesse refletir. Eles nos enviaram gravações e
partituras por Sedex, composições por e-mail em MP3. E
nós ficamos aqui juntando e ouvindo tudo que chegava",
diz Carlinhos Antunes.
Depois de reunir estes trabalhos e definir quais seriam
as canções que ficariam no repertório, os diretores
tentaram manter o que de essencial havia em cada uma
delas, isto é, o caráter da composição. "A gente manteve
isso em mente e tentamos adaptar as canções sem
descaracterizá-las. Ou então, em outros momentos,
criamos assumidamente outra sonoridade. Quando você
junto uma orquestra atípica como essa ela precisa
refletir este caráter atípico".
Mesmo intitulada de Orquestra, o grupo não preparou um
repertório de música erudita. Ao juntar músicos gregos,
espanhóis, marroquinos, sérvios, brasileiros, italianos,
franceses e turcos os diretores musicais optaram por
composições de caráter popular e contemporâneo. "O
conceito de orquestra não é um conceito erudito, mas
carrega em si a idéia de um coletivo que soa junto. Você
pode ter uma orquestra popular de jazz, por exemplo. E a
Orquestra Mediterrânea só poderia ser popular, pois numa
orquestra erudita os músicos se relacionam em outros
moldes. Aqui a relação entre cada um deles é muito
diferente", diz.
A primeira vez que este grupo se encontrou foi no
domingo passado e segundo Antunes esse primeiro olhar
foi de "uma estranheza sadia". Na segunda-feira, os
músicos passaram a se reconhecer mais, e os ensaios
começaram a fluir melhor. O repertório foi sendo
assimilado de diferentes formas pelos instrumentistas.
"Uma parte dos músicos não lê partitura, então eles
precisavam ouvir as composições para assimilar o que
estava acontecendo. Só a partir daí começamos a tocar
mesmo", diz.
Foram
convidados para estar na Orquestra Mediterrânea o grego
Petros Tabouris - que se apresentou na abertura das
Olimpíadas de Atenas -, o francês Eric Montbel, tocador
de gaita-de-fole, compositor e estudioso de músicas
étnicas, o espanhol Xavi Lozano, especialista em
instrumentos integrantes da cultura catalã, o libanês
Sami Bordokan, mestre de instrumentos árabes e
improvisação entre outros.
Saiba aqui mais
informações sobre os músicos.
Baixe agora a
programação da
Mostra SESC de Artes - Mediterrâneo e veja todas as
atividades programadas. Não perca tempo, a Mostra
termina neste domingo na Capital.
O
que: Orquestra Mediterrânea
Quando: 26 e 27/08, às 21h | 28/08, às 18h.
Onde: Teatro SESC Pinheiros | rua Paes Leme, 195
- tel.: 11 30959400
orquestra
mediterrânea
direção musical
Carlinhos Antunes -
viola e violão, direção musical -
Brasil
O músico toca violão, viola, charango, cuatro, kora, saz
e percussão variada. Grande pesquisador dos sons de
diversas partes do mundo e do Brasil, desenvolve
diversos trabalhos como diretor e produtor musical.
Atualmente é curador musical do Museu da Casa Brasileira
e um dos coordenadores do curso de música "Cantos do
mundo" do SESC carmo, ambos em são paulo.
Lívio Tragtenberg - clarone e
direção musical -Brasil
Compositor e saxofonista, é autor de livros sobre música
e outras linguagens, entre eles, Música de cena
(ed. Perspectiva). Recebeu vários prêmios por suas
trilhas sonoras para teatro, cinema, teatro-dança e
vídeo. Recentemente concebeu a Orquestra de Músicos das
Ruas de São Paulo, e em Miami, criou a Nervous City
Orchestra com músicos locais. Trabalha desde 1995 com o
coreógrafo alemão Johann Kresnik, criando espetáculos de
teatro e teatro-dança na alemanha.
Magda Pucci - piano preparado,
harmonium, voz e direção musical
Pesquisadora, compositora, arranjadora, pianista e
cantora, dirige e produz o grupo Mawaca - formado por
sete cantoras e sete instrumentistas - que há 10 anos
desenvolve repertório multiétnico.
Músicos convidados
Tenores di bitti "mialinu pira"-
Itália
O grupo vocal apresenta repertório de cantos profanos e
religiosos da Sardenha. O grupo foi fundado em 1995 e
seu trabalho é baseado no canto "a tenore", expressão
étnico-musical mais antiga da Sardenha, na qual quatro
vozes cantam em círculo recriando a forma arquitetônica
mais antiga da civilização sarda.
Bilja Krstic - Sérvia
Cantora pop na Iugoslávia por muito tempo, fez parte,
nos anos 70, da cultuada banda 'Sunflowers' e da 'Early
frost'. Em 1983 seguiu carreira solo na qual vem
desenvolvendo trabalho de pesquisa sobre temas étnicos
de Kosovo, canções obscuras do distrito de Vlach, além
de cantos da Sérvia, Romênia, Bulgária e Hungria.
Petros Tabouris - Grécia
Nascido em Atenas além de instrumentista e compositor, é
grande conhecedor do repertório grego desde a música
antiga, bizantina, medieval, folclórica e popular. Tem
mais de 25 cds lançados, a maioria deles de música grega
antiga. Seus principais instrumentos são o qanonaki, uma
espécie de harpa grega semelhante ao qanoun árabe e os
famosos aulos - clarinetes e flautas antigas.
Pascal Leféuvre - França
Leféuvre toca um instrumento medieval muito usado na
música antiga. Tem se destacado por sua capacidade como
intérprete de músicas cronologicamente tão distantes
quanto a música medieval e a música contemporânea.
Abdelaziz Arradi - Marrocos
O músico trabalha com a tradicional música gnawa,
escutando, participando e aprendendo com músicos que
tocavam na praça Jamafma, em Marrakech. Por quatro anos
seguiu como discípulo de um jovem maestro, Mohamed Koyo,
dançando em "lilá gnawa" (noite gnawa). Neste período,
aprendeu e começou a fabricar seu próprio instrumento, o
gimbri, que o acompanha até hoje.
Paolo Angeli - Itália
Instrumentista e pesquisador, trabalha nas fronteiras
entre a música tradicional e o experimentalismo com a
guitarra sardenha processada.
Eric Montbel - França.
Tocador de gaita-de-foles, compositor e estudioso de
músicas étnicas. Nos anos 1980, criou e participou da
banda Lo Jai, que resgata a popularidade da chabreta (outro
tradicional instrumento da região).
Xavi Lozano -
Espanha
Especialista nas grallas e na tenora espanhola,
instrumentos que fazem parte da tradição catalã, toca
também o bansuri, flauta de bambu indiana. Atualmente é
membro do Tactequete, grupo que explora as diversas
formas e timbres de sopros e percussões variadas.
Muammer Ketencoglu - Turquia
Nascido na Turquia, Muammer é cego e tem um trabalho
voltado para as tradições das músicas gregas e turcas.
Produziu duas coleções das músicas de rebetiko (musica
popular grega) em 1994 e 1995. Produziu também uma
antologia chamada Pioneers of klezmer music,
álbum que uniu exemplos da música klezmer baseada
principalmente na tradição da música judaica da europa
oriental.
Giorgio Rizzo - Itália
O siciliano Giorgio Rizzo atua como percussionista para
dançarinos e tem colaborado com grandes companhias de
balé de reputação internacional, como Pina Bausch,
Momix, Caterina Genta e outras. Aprofundou-se nos
estudos de técnicas árabes de percussão, se aproximando
da cultura do Oriente Médio, aonde estuda flauta árabe
(ney).
Florian Cristea -
Romênia/Brasil
Nascido em 1967 na romênia, iniciou seus estudos de
violino aos 6 anos de idade e estudou em uma importante
escola de música, na capital do país.
É integrante da Orquestra Sinfônica do Estado de São
Paulo desde 1997.
Dante Yenque - Peru/ Brasil
Tocou na Orquestra Sinfônica Nacional de Lima e também
na Camerata de Lima. Paralelo ao trabalho com a mísica
erudita, Dante Yenque apresenta seu viés popular no qual
mescla raízes de diferentes culturas.
Sami Bordokan - São Paulo /
Líbano
Filho de libaneses, dedicou-se ao estudo da música e dos
instrumentos árabes, estudando no Líbano, Síria, Egito e
no norte da África. No seu repertório peças eruditas
árabes dos séculos 8 ao 18 e 19, canções folclóricas,
além de composições próprias e improvisações inusitadas.
Cláudio Kairouz - São Paulo
/ Líbano
Formado em piano erudito, dedicou-se à música árabe,
tendo como primeiro professor no Brasil Sami Bordokan
Adrián Alvarado - Espanha
Guitarrista flamenco, viveu no Brasil e faz incursões a
musica brasileira.
João
Parahyba -
Brasil
Percussionista, compositor e arranjador. Em 1968, formou
na Boate Jogral o Trio Mocotó que desenvolveu a batida
que ficaria famosa nos anos 70 junto com o violão de
Jorge Benjor.
Jorge Peña - Uruguai/Brasil
Sonoplasta, nascido em Montevidéu, Uruguai, onde a
música popular é de origem afro-uruguaio e seu ritmo é o
candombe.
Frank
Herzberg -
Brasil
Contrabaixista acústico e compositor alemão, é
integrante do Frank Herzberg trio, grupo formado também
por Zé Eduardo Nazário na bateria e Alexandre Zamith no
piano.